Sporting vence Braga em Alvalade e parte na frente no Grupo B da Carlsberg Cup

O Sporting Clube de Portugal e o Sporting Clube de Braga defrontaram - se hoje no Estádio José Alvalade XXI em Lisboa, em jogo a contar para o Grupo B da Carlsberg Cup cuja assistência registou cerca de 12.330 espectadores.
Num tapete de jogo melhor do que habitual, mas ainda não totalmente satisfatório, os dois treinadores fizeram algumas mudanças nos seus habituais onzes, algumas das quais opcionais, outras por necessidade devido a lesões.

Carlos Carvalhal, fez com que o Sporting alinhasse com:

1 Rui Patrício
78 Abel
13 Tonel
3 Daniel Carriço
18 Grimi
6 Adrien
28 João Moutinho (cap)
24 Miguel Veloso
7 Izmailov
23 Hélder Postiga
9 Carlos Saleiro

Como avancei hoje de manhã, e ao contrário do que o diário desportivo Record avançara, Carvalhal, optou por colocar Postiga ao lado de Saleiro, ao invés de Matias Fernandez no apoio ao jogador mais avançado. O treinador leonino, desta feita, ao contrário da minha previsão apostou em Tonel em vez de Polga, e confirmou a preferência por Adrien no lugar de pivot defensivo para garantir algum poder de choque no meio campo, num 4x4x2, onde João Moutinho faria as ligações entre o meio campo e o ataque e Miguel Veloso e Izmailov ocupariam então, os vértices laterais do miolo, no apoio a Saleiro e Postiga. Na defesa, somente um registo, sendo ele, a colocação de Carriço no centro da defesa, mas descaido para a esquerda, devido à inclusão de Tonel, o que não se regista quando actua Anderson Polga, sendo este normalmente que joga na posição que o internacional sub 21 por Portugal hoje cumpriu.

No banco o Sporting aprensentou:

16 Tiago
5 Pedro Silva
10 Vukcevic
25 Bruno Pereirinha
20 Yannick
14 Matías Fernández
4 Polga






Domingos Paciência, por seu lado apresentou o seguinte onze:

31 Kieszek
27 Filipe Oliveira
5 Moisés
4 André Leone
6 Evaldo
88 Vandinho (cap)
23 Andrés Madrid
8 Mossoró
30 Alan
19 Meyong
11 Diogo Valente

Aqui, o treinador bracarense, apostou no guarda - redes habitualmente suplente, e também Diogo Valente, em detrimento de Eduardo e Paulo César, como eu avançara. De resto o esperado, ou seja, um quarteto defensivo onde Leone substituiu Rodriguez, o habitual titular, ausente por lesão. No meio campo, um duplo pivot defensivo constituido por Andrés Madrid e o capitão Vandinho, sendo Mossoró o médio criativo no apoio ao tridente ofensivo, constituido por Alan, a surpresa Diogo Valente, e o avançado que irá estar ausente da selecção camaronesa na CAN 2010, Meyong. Sendo assim, Domingos apostou num 4x3x3.

Como alternativas durante o jogo a antiga glória do F.C Porto teve à sua disposição:

1 Eduardo
3 Paulão
20 Peña
99 Matheus
7 Osvaldo
81 Adriano
9 Paulo César





Quanto ao jogo jogado, o Braga quanto a mim começou melhor o desafio, pressionando a todo o campo a equipa da casa, provocando os habituais erros que esta vem demonstrando ao longo desta época, nomeadamente nas suas transições ofensivas. Isto aconteceu, a meu ver muito por causa da acção de Andrés Madrid e Vandinho, a dificultarem as acções tanto de Veloso, mas também e principalmente de João Moutinho. Quando o Sporting chegava timidamente à área bracarense, Moisés teve sempre um desempenho seguríssimo, mesmo quando precisou de auxiliar Filipe Oliveira.
No lado contrário, Adrien teve algumas dificuldades em travar Mossoró, o que permitiu com que o jogo do Braga fluisse com alguma naturalidade, porém a falta de eficácia dos minhotos e alguns bons cortes de Carriço, permitiram com que num primeiro periodo do jogo, o Sporting sustesse o jogo de forma a equilibrar as operações a partir sensivelmente dos 15'.
A partir daqui a partida, na minha opinião, tornou - se ridiculamente entediante, com má qualidade de passe, e sem jogadas de envolvimento de parte a parte, a única oportunidade de golo até aos 30' tinha sido uma de Meyong que falha o golo de forma clamorosa, após um excelente passe de Diogo Valente, numa incursão pelo flanco esquerdo.
Foi então que o Sporting, um pouco contra a corrente de jogo, e quando os adeptos se preparavam para assobiar mais uma vez a demora de mais uma transição ofensiva, chegou ao golo, através de uma investida de Grimi que sem oposição dos jogadores do Braga, coloca a bola em ruptura em Saleiro que sem oposição coloca a bola no fundo das redes de Kieszek. Houve claramente uma falha, quanto a mim, de André Leone, que num movimento interior de Postiga, marcado já por Moisés antes do passe de Grimi, deixa o seu alvo de marcação isolado frente ao seu guarda - redes.
Os guardiões, chegaram ao fim do primeiro termo, sem fazer uma única defesa, digna desse nome, o que já por si, designava o jogo, como pelo menos paupérrimo, sem jogadas de grande beleza, sem momentos dignos da grandiosidade das equipas que hoje estiveram em Alvalade.
Apenas o golo de Saleiro quebrou a monotonia e dava vantagem ao intervalo à equipa da capital, por 1-0.


Estando em desvantagem, Domingos troca Diogo Valente e Andrés Madrid por Matheus e Paulo César dando maior agressividade ao ataque, para o arranque da segunda parte.
E previsivelmente, foi o que aconteceu. O Sporting demorou a acertar as marcações, Paulo César colocou - se na esquerda, e Matheus encostou em Meyong na frente de ataque, com movimentações rápidas interiores para as alas, procurando combinações tanto com Alan como com Paulo César, dando mais liberdade a Mossoró para aparecer no espaço vazio. Com naturalidade e após 5' de ataque sem o Sporting praticamente tocar na bola, o Braga chegou ao golo. Mossoró, o melhor do Braga hoje em Alvalade, com um excelente trabalho na esquerda, coloca o esférico no pé de Alan que na entrada da área leonina, em zona frontal, remata ao ângulo inferior e coloca assim a igualdade no marcador aos 50'. Uma nítida falta de garra na arte de defender por parte dos jogadores leoninos neste lance.
O Sporting na fase "pós - golo", conseguiu acertar com as marcações, e para mim Adrien começou finalmente a ter um papel de verdadeiro pivot defensivo, ao libertar Moutinho para acções mais ofensivas. Talvez isto também tenha acontecido devido a uma quebra física de Mossoró e Vandinho, que sem Andrés Madrid, teve mais trabalho na zona intermediária, pois Izmailov e Miguel Veloso caiam permanentemente no seu raio de acção.
Carvalhal nesta altura utilizava um 4x1x3x2 quando tinha a posse de bola, que rapidamente, se desdobrava em 4x2x3x1 quando defendia, com Moutinho a recuar várias vezes para auxiliar Adrien.

Resumindo: o jogo melhorou na segunda parte, em muito devido aos primeiros 10' da segunda parte do Braga onde conseguiu um golo. A partir dos 60' o Sporting fez questão de pegar no jogo, dando mais agressividade ao desafio, acertando também finalmente as marcações dando maior impeto às disputas de bola e mais consistência na hora de defender.

O clube lisboeta, ameaçou por volta dos 60' a baliza de Kieszek, através de uma triângulação entre Postiga, Saleiro e Izmailov, que rematou para a defesa da noite do polaco. Passado 5' desta ocasião, o momento da noite. Veloso, com uma bomba do meio da rua, brindou - nos com um dos golos mais virtuosos desta época desportiva. A partir daqui, o Sporting criou mais duas ocasiões, e teve o seu melhor periodo de jogo.
A primeira alteração de Carvalhal dá - se aos 74', tirando Postiga que continua divorciado dos golos, por Pereirinha. Curiosamente, Izmailov manteve - se na direita, e Pereirinha ficou a jogar sobre o miolo, recuando Moutinho um pouco no terreno na ajuda a Adrien. Domingos pouco tempo depois, faz entrar Paulão por Filipe Oliveira, o que fez com que o Braga jogasse então com três centrais, numa espécie de 3x4x3, onde Evaldo e Alan preenchiam as laterais do meio campo, e Paulo César e Matheus, enconstavam a Meyong na frente. Mossoró e Vandinho tentavam garantir os trabalhos no miolo.

A partir daqui, aumentou o ímpeto dos jogadores no jogo, com muitas faltas marcadas pelo árbitro, e muitos livres bombeados para a área do Sporting que passou por alguns calafrios, nesta fase final do jogo, com Moisés a ter o golo à vista, através num lance aéreo, onde novamente a defesa do Sporting apresentou algumas defeciências esta noite. O Sporting, como vem sendo habitual, não consegue evitar passar por dificuladades nas fases finais dos encontros.
Carvalhal usou as suas duas últimas alterações apenas para registo e queimar algum tempo, onde Yannick Djaló surgiu no relvado após três meses de ausência substituindo Izmailov. Matias Fernandez por sua vez substituiu Veloso, o homem do jogo.
Pouco tempo depois Jorge Sousa apitou para o final do jogo, e assim, o Sporting com a sua primeira vitória de 2010, conseguiu garantir a liderança do Grupo B, após a primeira jornada.


O golo de Miguel Veloso foi um clarão num jogo cinzento das duas equipas, em que a segunda parte mais conseguida, não apagou uma primeira, que não mereceu o dinheiro que a Liga exigiu pelos bilhetes.





Quanto ao árbitro Jorge Sousa do Porto, na minha opinião, esteve bem tecnicamente, e disciplinarmente só um amarelo mal mostrado a Adrien, que foi punido por ter levado um "tapinha" de Matheus. Quanto ao fora de jogo no primeiro minuto que fez com que a bola entrasse no fundo das redes leoninas, foi bem assinalado. A presumível agressão de Miguel Veloso a Filipe Oliveira foi inexistente, porque Miguel Veloso tem o braço flectido quando este choca com o lateral minhoto, quanto a mim, foi casual.

Acção disciplinar: cartão amarelo para Vandinho (42), João Moutinho (71), Adrien (89), Matheus (89) e Tonel (93).

Melhor em campo do Sporting : Miguel Veloso

Melhor em campo do Braga : Mossoró