Jesualdo Ferreira rescindiu o seu contrato com o FC Porto. Foi somente a confirmação de um adeus há muito anunciado. O ciclo do professor à frente dos destinos técnicos dos dragões terminara. O futebol é precisamente feito desses períodos curtos, com oscilações, marcados ou por sucesso ou por inglória. Jesualdo, no FC Porto, fez um bom trabalho: em quatro anos, conquistou seis troféus, sendo tricampeão nacional - além de que, com o castigo de Pinto da Costa, foi sempre o rosto mais visível, o escudo onde bateram todas as balas, deveras importante na defesa do seu grupo. Em Portugal, os portistas dominaram, imprimiram o seu ritmo e, com maiores ou menores dificuldades, culminaram as três anteriores épocas com a conquista do campeonato, o objectivo prioritário, a que somaram boas participações, sobretudo na temporada 2008-09, na Liga dos Campeões - ultrapassando sempre a fase de grupos, ou seja, os mínimos exigíveis. Nunca sendo brilhante, o FC Porto, com Jesualdo, ganhou. Até 2010.
Desde que, no Verão de 2006, substituiu Co Adriaanse, Jesualdo Ferreira teve de se adaptar ao mau hábito de, após o final das três temporadas em que os dragões foram campeões sob o seu comando, perder jogadores de referência. Neste período compreendido entre 2006 e 2010, o FC Porto vendeu, por exemplo, Bosingwa, Anderson, Quaresma ou Paulo Assunção. Para atacar as temporadas seguintes com capital e condições suficientes para chegar ao título, aquilo que os responsáveis portistas sempre exigiram, Jesualdo Ferreira teve de apelar ao seu sentido construtivo. Quer-se com isto dizer que, mesmo perdendo pedras fulcrais, o professor viu-se obrigado a refazer a equipa, para, com o seu toque pessoal, a colocar em funcionamento perfeito para voltar a triunfar. Mesmo havendo diferenças na qualidade individual dos jogadores. Foi bem-sucedido.
No início da temporada que agora findou, coroada com a conquista do título por parte do Benfica, o FC Porto voltou, pela enésima vez, a vender jogadores fundamentais para o bom funcionamento da equipa: Lucho González e Lisandro López. El Comandante havia sido sempre utilizado, desde os tempos de Co Adriaanse que se afirmara plenamente ganhando um lugar no onze titular, e manteve ao longo dos anos um registo de qualidade e classe. Com diferenças em relação ao compatriota, Lisandro somente despontou na primeira época de Jesualdo Ferreira. Há dedo do professor na forma como apostou no avançado argentino e, ao contrário de Adriaanse, não precisou de recorrer ao mercado. Essa foi, aliás, uma área onde Jesualdo se revelou importante - um professor na verdadeira acepção da palavra. Jogadores como Cissokho, Fernando, Rolando ou, agora, Guarín são exemplos de crescimento.
O FC Porto de 2009-2010 falhou. Não conquistar o pentacampeonato seria, por si só, negativo para os dragões. Acresce ainda que nem a presença na Liga dos Campeões foi garantida, sendo que o segundo lugar permitiria o acesso às pré-eliminatórias, uma vez que o Sp.Braga, na sua melhor época de sempre, assegurou a segunda posição do pódio final. A concorrência, muitíssimo melhor em relação a épocas anteriores, foi o principal motivo para o fracasso do FC Porto - até porque, em termos estatísticos, os dragões apenas somaram menos dois pontos do que na temporada do tetracampeonato. O facto de Benfica e Sp.Braga se terem apresentado num nível elevado, mantendo uma regularidade invejável desde início, impediu a aproximação do então campeão nacional. Nem a excelente ponta final foi capaz de apagar o mau início.
Para além da melhoria dos rivais, o FC Porto fracassou por culpa própria. Neste contexto, obviamente, também Jesualdo Ferreira tem culpas. Os dragões revelaram uma estranha apatia, uma monotonia apenas abalada com uma séria adversidade, um ritmo baixo e pouco pressionante. Saiu caro. O FC Porto jogou demasiado tempo preso a um sistema previsível, gasto e sem capacidade para se superiorizar aos adversários - e é aqui que a acção de Jesualdo mais falhou. Tem responsabilidades na má campanha? Claro que sim. Tal como teve nos títulos ganhos, com extraordinário trabalho realizado na formação de jovens jogadores. No entanto, nesta campanha, o FC Porto foi assolado por lesões e houve ainda a ausência prolongada de Hulk. Jesualdo foi, ao mesmo tempo, vilão e vítima. A verdade, porém, é que FC Porto precisa de um abanão. Mudará de treinador, por isso.
Desde que, no Verão de 2006, substituiu Co Adriaanse, Jesualdo Ferreira teve de se adaptar ao mau hábito de, após o final das três temporadas em que os dragões foram campeões sob o seu comando, perder jogadores de referência. Neste período compreendido entre 2006 e 2010, o FC Porto vendeu, por exemplo, Bosingwa, Anderson, Quaresma ou Paulo Assunção. Para atacar as temporadas seguintes com capital e condições suficientes para chegar ao título, aquilo que os responsáveis portistas sempre exigiram, Jesualdo Ferreira teve de apelar ao seu sentido construtivo. Quer-se com isto dizer que, mesmo perdendo pedras fulcrais, o professor viu-se obrigado a refazer a equipa, para, com o seu toque pessoal, a colocar em funcionamento perfeito para voltar a triunfar. Mesmo havendo diferenças na qualidade individual dos jogadores. Foi bem-sucedido.
No início da temporada que agora findou, coroada com a conquista do título por parte do Benfica, o FC Porto voltou, pela enésima vez, a vender jogadores fundamentais para o bom funcionamento da equipa: Lucho González e Lisandro López. El Comandante havia sido sempre utilizado, desde os tempos de Co Adriaanse que se afirmara plenamente ganhando um lugar no onze titular, e manteve ao longo dos anos um registo de qualidade e classe. Com diferenças em relação ao compatriota, Lisandro somente despontou na primeira época de Jesualdo Ferreira. Há dedo do professor na forma como apostou no avançado argentino e, ao contrário de Adriaanse, não precisou de recorrer ao mercado. Essa foi, aliás, uma área onde Jesualdo se revelou importante - um professor na verdadeira acepção da palavra. Jogadores como Cissokho, Fernando, Rolando ou, agora, Guarín são exemplos de crescimento.
O FC Porto de 2009-2010 falhou. Não conquistar o pentacampeonato seria, por si só, negativo para os dragões. Acresce ainda que nem a presença na Liga dos Campeões foi garantida, sendo que o segundo lugar permitiria o acesso às pré-eliminatórias, uma vez que o Sp.Braga, na sua melhor época de sempre, assegurou a segunda posição do pódio final. A concorrência, muitíssimo melhor em relação a épocas anteriores, foi o principal motivo para o fracasso do FC Porto - até porque, em termos estatísticos, os dragões apenas somaram menos dois pontos do que na temporada do tetracampeonato. O facto de Benfica e Sp.Braga se terem apresentado num nível elevado, mantendo uma regularidade invejável desde início, impediu a aproximação do então campeão nacional. Nem a excelente ponta final foi capaz de apagar o mau início.
Para além da melhoria dos rivais, o FC Porto fracassou por culpa própria. Neste contexto, obviamente, também Jesualdo Ferreira tem culpas. Os dragões revelaram uma estranha apatia, uma monotonia apenas abalada com uma séria adversidade, um ritmo baixo e pouco pressionante. Saiu caro. O FC Porto jogou demasiado tempo preso a um sistema previsível, gasto e sem capacidade para se superiorizar aos adversários - e é aqui que a acção de Jesualdo mais falhou. Tem responsabilidades na má campanha? Claro que sim. Tal como teve nos títulos ganhos, com extraordinário trabalho realizado na formação de jovens jogadores. No entanto, nesta campanha, o FC Porto foi assolado por lesões e houve ainda a ausência prolongada de Hulk. Jesualdo foi, ao mesmo tempo, vilão e vítima. A verdade, porém, é que FC Porto precisa de um abanão. Mudará de treinador, por isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário