O FC Porto teve, à décima primeira jornada, a pior exibição da época: não foi tão pressionante, nem intenso, nem aguerrido, e, apesar da nova vitória que mantém a dezena de pontos de vantagem, revelou uma nova faceta: mais pragmático, mais preso e menos seguro de si. Venceu, seja como for. É o importante. Continua, por isso, a sua caminhada consistente, livrando-se das barreiras e impede que os rivais se aproximem. O Benfica, depois da derrota no Dragão, respondeu bem: exibição segura, concentrada e quatro golos marcados à Naval. Também o Sporting venceu, embora com sofrimento, depois da surpresa ante o Vitória de Guimarães. Ah, o Vitória: ganhou ao Sp.Braga, bateu o vizinho e continua igual ao Benfica. Tem cartas para dar neste campeonato.
O FC Porto é um líder meritório. Joga bem, domina, sufoca o adversário, impede-o de construir, toma conta da bola, abusa dos toques curtos, progride, cria e aproveita. Sabe vencer e convencer. Tem, por vezes, momentos de menor fulgor, em que a mente se perde, os músculos sentem e as coisas não resultam. O jogo com o Portimonense, por exemplo, foi todo assim: o FC Porto ganhou, é verdade que sim, marcou num belo pontapé de Walter, titular na vaga de Radamel Falcao, reprimiu a equipa algarvia na primeira parte, mas permitiu, no reatamento, que o Portimonense fosse ousado, rondasse a baliza de Helton, inquietasse os adeptos, gerasse ténues assobios e manifestações de descontentamento por entre o público azul. Deixou rolar, jogou em ritmo baixo e procurou não se desgastar em demasia. Assinou, depois da demolição ao Benfica, a pior exibição da época. E só serenou, nos minutos finais, através de Hulk. De novo.
Um, dois, três: nascer de novo. A derrota no Benfica, no Dragão, deixou marcas. Acima de tudo, fez com que o campeão ficasse, à décima jornada, com dez pontos de atraso, seriamente comprometido na defesa do seu título e vendo o FC Porto destacar-se no trono. Mas um jogo assim ataca o ego, fere o orgulho, deixa a honra em jogo. O Benfica, um dos grandes e o actual campeão, teria de se recompor, passar a pressão para os dragões, encurtar a distância, fazer tudo o que está ao seu alcance e, em casa, recuperar a confiança, a postura e os atributos de quem é campeão. Marcou cedo, através de Alan Kardec, foi guiado por Nico Gaitán, sorriu com o bis argentino, tranquilizou-se, empurrou a Naval, cada vez mais afundada no último lugar, e recuperou o caminho das vitórias. Teve, ainda, a cereja no topo do bolo, em cima do final, depois de uma perdida da Naval: golo de Nuno Gomes, grito do capitão e dedicatória para o céu.
O Sporting vive no oito, salta para o oitenta, regressa ao início, oscila e não se afirma. Tem dificuldade em encontrar o meio-termo, em ser regular, em conseguir consistência que lhe permita ascender aos lugares que deseja. O fantasma do jogo com o Vitória de Guimarães, uma vitória tranquila que fugiu por entre os dedos do leão e se transformou numa derrota surpreendente, pairou no início, foi chutado para canto com dois golos marcados, um por Jaime Valdés, de grande penalidade, e o outro por Vukcevic, ambos trabalhados e concluídos, ora pelo chileno, ora pelo montenegrino, mas regressou na segunda parte, logo nos primeiros minutos, quando Miguel Fidalgo, num cabeceamento fortíssimo, reduziu. A Académica ganhou fôlego, acreditou, lançou-se no ataque, forçou o segundo golo, obrigou Rui Patrício a agigantar-se e levou Paulo Sérgio, cauteloso e realista, a aumentar a capacidade defensiva. O leão ganhou. Mas sofreu a bom sofrer.
Um conquistador e um guerreiro. Costas voltadas, intensidade máxima, bandeiras diferente,s vontade de qualquer um deles se afirmar como principal símbolo da região. Vitória de Guimarães e Sp.Braga travam, ano após ano, um duelo renhido, vivo e colorido: na última temporada, o guerreiro chegou mais alto do que nunca e o conquistador, desolado e surpreendido no final, perdeu o acesso à Europa. Agora, como acontece vezes sem conta, estão com os papéis invertidos: o Vitória por cima do Sp.Braga. Em Guimarães, onde o vice-campeão perdeu pela primeira vez na última época, a equipa arsenalista começou melhor, marcou por Alan, embora fruto de ilegalidade, tentou esticar a vantagem, viu-se privado do autor do golo por expulsão, acertada, num mote para os vimaranses. Arrojo, discernimento e querer: dois golos, reviravolta, boa imagem deixada, tal com em Alvalade, pelo conquistador. Apesar da polémica com João Ferreira - deixou uma grande penalidade, favorável ao Sp.Braga, por assinalar.
Depois de um início em falso, errante e penalizador, o Rio Ave, no seguimento da vitória ante o Sp.Braga, venceu, embora com imensa polémica à mistura, o Paços de Ferreira (3-1). A equipa vila-condense deixou o Marítimo (empatou, no derby madeirense, a zero, frente ao Nacional) e o Portimonese (é, depois da derrota ante o FC Porto, penúltimo) para trás. Olhanense e Beira-Mar empataram, no Algarve, a um golo, enquanto o União de Leiria, em casa, bateu o Vitória de Setúbal (1-0). Assim, algarvios, aveirenses e leirienses, todos com quinze pontos, ultrapassaram o Sp.Braga - o vice-campeão é, actualmente, décimo classificado -, apenas com menos dois do que o Nacional, quinto classificado, colocado na última vaga de acesso à Liga Europa. Naval e Marítimo, último e antepenúltimo classificado, com cinco e oito pontos, respectivamente, são as equipas com menos vitórias: em onze jornada, contam apenas com uma.
Um, dois, três: nascer de novo. A derrota no Benfica, no Dragão, deixou marcas. Acima de tudo, fez com que o campeão ficasse, à décima jornada, com dez pontos de atraso, seriamente comprometido na defesa do seu título e vendo o FC Porto destacar-se no trono. Mas um jogo assim ataca o ego, fere o orgulho, deixa a honra em jogo. O Benfica, um dos grandes e o actual campeão, teria de se recompor, passar a pressão para os dragões, encurtar a distância, fazer tudo o que está ao seu alcance e, em casa, recuperar a confiança, a postura e os atributos de quem é campeão. Marcou cedo, através de Alan Kardec, foi guiado por Nico Gaitán, sorriu com o bis argentino, tranquilizou-se, empurrou a Naval, cada vez mais afundada no último lugar, e recuperou o caminho das vitórias. Teve, ainda, a cereja no topo do bolo, em cima do final, depois de uma perdida da Naval: golo de Nuno Gomes, grito do capitão e dedicatória para o céu.
O Sporting vive no oito, salta para o oitenta, regressa ao início, oscila e não se afirma. Tem dificuldade em encontrar o meio-termo, em ser regular, em conseguir consistência que lhe permita ascender aos lugares que deseja. O fantasma do jogo com o Vitória de Guimarães, uma vitória tranquila que fugiu por entre os dedos do leão e se transformou numa derrota surpreendente, pairou no início, foi chutado para canto com dois golos marcados, um por Jaime Valdés, de grande penalidade, e o outro por Vukcevic, ambos trabalhados e concluídos, ora pelo chileno, ora pelo montenegrino, mas regressou na segunda parte, logo nos primeiros minutos, quando Miguel Fidalgo, num cabeceamento fortíssimo, reduziu. A Académica ganhou fôlego, acreditou, lançou-se no ataque, forçou o segundo golo, obrigou Rui Patrício a agigantar-se e levou Paulo Sérgio, cauteloso e realista, a aumentar a capacidade defensiva. O leão ganhou. Mas sofreu a bom sofrer.
Um conquistador e um guerreiro. Costas voltadas, intensidade máxima, bandeiras diferente,s vontade de qualquer um deles se afirmar como principal símbolo da região. Vitória de Guimarães e Sp.Braga travam, ano após ano, um duelo renhido, vivo e colorido: na última temporada, o guerreiro chegou mais alto do que nunca e o conquistador, desolado e surpreendido no final, perdeu o acesso à Europa. Agora, como acontece vezes sem conta, estão com os papéis invertidos: o Vitória por cima do Sp.Braga. Em Guimarães, onde o vice-campeão perdeu pela primeira vez na última época, a equipa arsenalista começou melhor, marcou por Alan, embora fruto de ilegalidade, tentou esticar a vantagem, viu-se privado do autor do golo por expulsão, acertada, num mote para os vimaranses. Arrojo, discernimento e querer: dois golos, reviravolta, boa imagem deixada, tal com em Alvalade, pelo conquistador. Apesar da polémica com João Ferreira - deixou uma grande penalidade, favorável ao Sp.Braga, por assinalar.
Depois de um início em falso, errante e penalizador, o Rio Ave, no seguimento da vitória ante o Sp.Braga, venceu, embora com imensa polémica à mistura, o Paços de Ferreira (3-1). A equipa vila-condense deixou o Marítimo (empatou, no derby madeirense, a zero, frente ao Nacional) e o Portimonese (é, depois da derrota ante o FC Porto, penúltimo) para trás. Olhanense e Beira-Mar empataram, no Algarve, a um golo, enquanto o União de Leiria, em casa, bateu o Vitória de Setúbal (1-0). Assim, algarvios, aveirenses e leirienses, todos com quinze pontos, ultrapassaram o Sp.Braga - o vice-campeão é, actualmente, décimo classificado -, apenas com menos dois do que o Nacional, quinto classificado, colocado na última vaga de acesso à Liga Europa. Naval e Marítimo, último e antepenúltimo classificado, com cinco e oito pontos, respectivamente, são as equipas com menos vitórias: em onze jornada, contam apenas com uma.
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