UM LÍDER CAMALEÓNICO
Numa piscina, jogando uma espécie de futebol aquático, com relva encharcada e perigosa, o FC Porto, ultrapassando a Académica, resistiu à pressão do Benfica, manteve a distância para o campeão, alargou o fosso para o Sp.Braga e manteve o nível elevado. Ganhou: foi quem melhor se adaptou, quem mais tentou e quem mais criou. Teve, no final, aquela pontinha de felicidade, a estrelinha, que normalmente guia... os campeões. Na próxima jornada, picante e efervescente, FC Porto e Benfica, rivais e inimigos de tantas guerrilhas, defrontam-se, no Dragão, num jogo que pode revelar-se, desde já, fundamental. Sporting espreita, melhora, consegue aproximar-se dos lugares que ambiciona e pretende encurtar a distância. Tal como o Sp.Braga
Karma chameleon. Líder invicto, apenas com um tropeção em Guimarães, com sete vitórias e um empate. Passada segura, convicta, triunfante do dragão. Já passara por dificuldades, encontrara barreiras difíceis de ultrapassar, muitas vezes tornara os jogos fáceis, mas nada se assemelhara ao que encontrou, com a Académica, em Coimbra: intempérie, ira dos céus traduzida em chuva incessante, condições mínimas, futebol muito limitado e obrigado a modificar-se. O relvado tornou-se uma piscina, a bola um acessório para colocar o mais longe possível, a técnica deu lugar ao pulmão, à força na batalha, ao músculo. O mais forte venceria: o que fosse mais astuto, errasse menos, conseguisse estar bem perante tais adversidades e tentasse mais ser feliz. Foi o FC Porto: marcou num golaço de Varela, desperdiçou oportunidades para aumentar, até uma grande penalidade de João Moutinho e, no final, teve estrelinha consigo. Camaleão na piscina.
The show must go on. Treze minutos e oportunidades dos dois lados. Jogo morno do Benfica, seguro do Paços de Ferreira, aventuras de ataque, ousadia na casa do campeão. Ataque encarnado. Bola de Luisão para Pablo Aimar. Progressão, cabeça levantada, adversário pelo caminho, outro a seguir, finta de corpo a enganar, num instante passou do meio-campo à linha limite da área, olho em Cássio, posição do guarda-redes conferida e um pontapé, cortado e seco, para o fundo da baliza pacense. Espectáculo, magia pura, classe cintilante. El Mago descomplicou e deixou o Benfica na frente, embora nunca reprimindo a rebelião do Paços de Ferreira, porque o campeão concedeu demasiados espaços e esteve intranquilo, deixando que Roberto fosse chamado a intervir vezes sem conta, e sempre bem, mantendo a esperança pacense viva. Durou até aos sessenta e cinco minutos, quando Kardec marcou o segundo golo.
Numa piscina, jogando uma espécie de futebol aquático, com relva encharcada e perigosa, o FC Porto, ultrapassando a Académica, resistiu à pressão do Benfica, manteve a distância para o campeão, alargou o fosso para o Sp.Braga e manteve o nível elevado. Ganhou: foi quem melhor se adaptou, quem mais tentou e quem mais criou. Teve, no final, aquela pontinha de felicidade, a estrelinha, que normalmente guia... os campeões. Na próxima jornada, picante e efervescente, FC Porto e Benfica, rivais e inimigos de tantas guerrilhas, defrontam-se, no Dragão, num jogo que pode revelar-se, desde já, fundamental. Sporting espreita, melhora, consegue aproximar-se dos lugares que ambiciona e pretende encurtar a distância. Tal como o Sp.Braga
Karma chameleon. Líder invicto, apenas com um tropeção em Guimarães, com sete vitórias e um empate. Passada segura, convicta, triunfante do dragão. Já passara por dificuldades, encontrara barreiras difíceis de ultrapassar, muitas vezes tornara os jogos fáceis, mas nada se assemelhara ao que encontrou, com a Académica, em Coimbra: intempérie, ira dos céus traduzida em chuva incessante, condições mínimas, futebol muito limitado e obrigado a modificar-se. O relvado tornou-se uma piscina, a bola um acessório para colocar o mais longe possível, a técnica deu lugar ao pulmão, à força na batalha, ao músculo. O mais forte venceria: o que fosse mais astuto, errasse menos, conseguisse estar bem perante tais adversidades e tentasse mais ser feliz. Foi o FC Porto: marcou num golaço de Varela, desperdiçou oportunidades para aumentar, até uma grande penalidade de João Moutinho e, no final, teve estrelinha consigo. Camaleão na piscina.
The show must go on. Treze minutos e oportunidades dos dois lados. Jogo morno do Benfica, seguro do Paços de Ferreira, aventuras de ataque, ousadia na casa do campeão. Ataque encarnado. Bola de Luisão para Pablo Aimar. Progressão, cabeça levantada, adversário pelo caminho, outro a seguir, finta de corpo a enganar, num instante passou do meio-campo à linha limite da área, olho em Cássio, posição do guarda-redes conferida e um pontapé, cortado e seco, para o fundo da baliza pacense. Espectáculo, magia pura, classe cintilante. El Mago descomplicou e deixou o Benfica na frente, embora nunca reprimindo a rebelião do Paços de Ferreira, porque o campeão concedeu demasiados espaços e esteve intranquilo, deixando que Roberto fosse chamado a intervir vezes sem conta, e sempre bem, mantendo a esperança pacense viva. Durou até aos sessenta e cinco minutos, quando Kardec marcou o segundo golo.
Patience. Os jogadores precisam de adaptação: conhecimento, entrosamento, percepção. Tem que haver paciência. Jaime Valdés, por exemplo, personifica-o na perfeição: jogou, desapareceu, Paulo Sérgio deu-lhe alguns minutos na equipa do Sporting, o chileno não os soube aproveitar, mas agora, frente à União de Leiria, apareceu em força: dois golos, o segundo num belo pontapé, vitória alcançada, apesar de tremida pelo meio quando Carlão empatou para os leirienses, na quarta vitória consecutiva, contabilizando todas as competições, do leão. A equipa sportinguista dominou o União de Leiria, ferido depois de destroçado no Dragão, criou oportunidades, teve sempre o terceiro golo mais perto do que os leirienses tiveram o do empate, voltou a pecar na finalização, mesmo não tendo acertado nos ferros desta vez, mas está em crescimento. Melhora, tenta, esforça-se por conseguir chegar ao topo. Precisa, também, de paciência. E logo se verá.
Já não há heróis. O Sp.Braga sentiu-o na pele. Viu-se obrigado, a partir dos vinte e sete minutos do jogo com o Rio Ave, a jogar com dez. Moisés tocou em Yazalde, muito ou pouco, a verdade é que tocou mesmo, João Capela assinalou grande penalidade e expulsou o xerife brasileiro. Felipe foi herói: acertou o lado, esticou-se e travou o remate de João Tomás. Foi herói. Só que, apesar da defesa que manteve a baliza bracarense a zero, o Rio Ave iria, antes da meia-hora, ter a vantagem de jogar com mais um elemento. Os dez do Sp.Braga que restaram foram obrigado a ser heróis. E já não os há. Para o vice-campeão, pelo menos, porque o Rio Ave conseguiu, ao fim de um período gigantesco de nove meses em jejum, a sua primeira vitória neste campeonato. Zé Gomes e João Tomás, em dois bons lances, emergiram, soltaram a raiva contida pelos vila-condenses, mostraram que o Rio Ave tem qualidade. O Sp.Braga tombou. Sem heróis.
Eye of tiger. Cabeça levantada, olhos abertos, fixação pelos lugares cimeiros. O Vitória de Guimarães, depois de um desaire, recuperou a força conquistadora, bateu o Portimonense, deixou os algarvios em tremuras e colocou-se no terceiro lugar do campeonato, entre Benfica e Sporting - belo salto do leão -, ultrapassando Académica (derrotada pelo FC Porto), Sp.Braga (vergado pelo Rio Ave) e Olhanense (empatou, a um, com o Marítimo). O Nacional, com a vitória sobre o Vitória de Setúbal, por 1-0, igualou, com treze pontos, a equipa de Olhão. O Beira-Mar, em casa, venceu a Naval, por 3-1, conseguindo ascender ao grupo dos décimos, liderado pelo Paços de Ferreira, fazendo com que a equipa figueirense, com apenas quatro pontos, ficasse no último lugar. O Rio Ave conseguiu, nessa luta, um pequeno balão de oxigénio e o Marítimo, com mais um ponto, fixou-se no antepenúltimo lugar.
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