Figueirenses atormentados pelos moinhos de vento
Sensação de déjà vu na Figueira. Há umas semanas, na transição de Victor Zvunka para Rogério Gonçalves, o fiel escudeiro Fernando Mira tentou lutar contra os castelos de vento, diante do Paços de Ferreira, e acabou derrotado pelos próprios fantasmas. Neste domingo, diante do Olhanense, a diferença foi que os navalistas ainda conseguiram levar um ponto. O resto manteve-se, sobretudo as condições atmosféricas.
Mas se uma equipa que não consegue vencer o vento, como baterá os adversários? Deve ser por estas e por outras que os figueirenses não ganham em casa desde 12 de Março e somam cinco jogos consecutivos, Taça de Portugal incluída, sem vencer. Para Rogério Gonçalves fica o primeiro ponto, ao quarto jogo, e uma lanterna cada vez mais vermelha. Já o Olhanense, pode contentar-se com um resultado positivo no terreno de um adversário directo, reforçando a campanha tranquila.
Os algarvios usaram e abusaram do jogo aéreo nos primeiros minutos, matéria em que Rogério Conceição e outras torres navalistas iam dando conta do recado. Mas na primeira vez em que os algarvios preferiram jogar à flor da relva só uma defesa por instinto de Salin salvou os figueirenses do empate, num remate de Paulo Sérgio.
A Naval fez o golo cedo mas adiou o segundo ¿ Hugo Machado e Alex Hauw estiveram tão rematadores quanto perdulários ¿ durante toda a primeira parte não amealhando a margem suficiente para se precaver de uma etapa complementar a jogar contra o vento. A equipa de Rogério Gonçalves coloca-se, assim, a jeito para sofrer nos 45 minutos.
Aliás, a forma como a equipa de Dauto Faquirá começava a adiantar-se no terreno, procurando equilibrar a contenda, embora não da forma mais adequada, deixava antever algo de novo. A questão seria saber como a Naval iria reagir a uma nova realidade, num desafio à capacidade de antecipação de Rogério Gonçalves e à resistência táctica da equipa.
Olhanense empata como era previsível
O prenúncio confirmou-se e, praticamente na primeira tentativa, o Olhanense chegou ao empate num lance confuso, em que os da casa ficaram a reclamar uma eventual irregularidade, mas a verdade é que o jogo tinha definitivamente virado a favor dos algarvios como, de resto, tinha ficado latente nos últimos minutos da primeira parte.
As saídas para o ataque eram agora penosas para os navalistas, devido à força do vento contra, ao contrário do futebol dos forasteiros, que saia quase sempre escorreito. Apesar disso, o Olhanense deu a sensação, a certa altura, de se contentar com o empate, preferindo resguardar-se do adversário em vez de forçar um pouco lá na frente à procura da vitória.
Rogério Gonçalves também hesitava nos sinais dados à equipa, indo da aposta num extremo, João Pedro, para, logo a seguir, meter um médio defensivo. O jogo entrou na recta final em ritmo de parada e resposta, com ambas as equipas a cheirar o golo, se bem que os forasteiros apostavam mais na espera pelo erro do adversário. No final, o empate prevaleceu e, desta forma, também a tradição dos algarvios de não perderem diante dos navalistas, que, para a semana, visitam a luz. Vida dura para Rogério Gonçalves...
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