Estádio Anfield Road, de um lado Liverpool, jogando em casa com um ambiente fervoroso dos seus adeptos, do outro Benfica que venceu na 1ª mão da eliminatória por 2-1 e equipa sensação da Liga Europa, numa noite de todas as decisões, o Benfica acabou por cair de uma forma “dolorosa” e “ingrata” não obstante o futebol é assim, não conhece justiça. O Liverpool cedo mostrou que queria ganhar a eliminatória, o Benfica parecia apático e deu laivos do seu futebol, sentia-se um nervosismo miudinho, o peso da camisola nunca foi obstáculo ate aqui para muitos, porem há jogos e jogos, Jesus arriscou, saiu-se mal não tirando mérito pelo risco que até aqui tinha sido glorioso acabou por ser humilhante tendo em conta o futebol praticado até aqui pelo clube da luz. Foi-se tornando clarividente o cansaço de alguns jogadores, isso também pesou no resultado do jogo, Cardozo desorientado, Aimar ofuscado, Sidnei sem ritmo de jogo, Ramires esforçado, Luisão lesionado, David Luiz César na esquerda e para colmatar Julio César inseguro, foram pedras importantes e decisivas no resultado da partida. Começou a ser construída por Kuyt, num canto em que Júlio César não fica bem na fotografia, mais tarde foi Lucas Leiva a entrar pela defesa encarnada e com tranquilidade marcar o golo sozinho frente ao guardião encarnado, e com perdas de bola e maus passes o Benfica não se conseguia encontrar o Liverpool jogando de forma simples e eficaz foi levando a água ao seu moinho e controlando a partida, já não se encontrava em situação perigosa, chegava o final da 1ª parte com o resultado a seu favor. Com a 2ª parte esperava-se um Benfica mais aguerrido mais lutador e principalmente mais objectivo, de facto o Benfica começou melhor encostou o Liverpool no seu meio campo embora sem grande perigo para a baliza á guarda de Reina que apenas apanhou um susto num canto em que a bola embateu na base do poste da mesma á sua guarda, e acabou mesmo por ser num lance ofensivo do Benfica que o Liverpool começou a cimentar a sua passagem para as meias-finais da competição, uma rápida jogada de contra ataque que apanha a equipa encarnada sem pernas para recuperar, a bola andou por Benayoun, Kuyt e acabou por ser o internacional espanhol Fernando Torres a colocar a bola no fundo da baliza encarnada, desmotivando e quase que acabando por completo com as aspirações do Benfica num empate ou reviravolta no marcador. O Benfica ainda reagiu, uma falta grosseira de Benayoun por detrás sobre Ramires deu um livre muito perto da área do Liverpool, Cardozo que até então desencontrado com o jogo, marca o livre com força que acaba por embater na barreira da equipa inglesa e dá o golo para o Benfica, uma esperança que renasceu, minutos mais tarde mais um livre idêntico agora um pouco mais distante da baliza de Reina é desviado por Torres que acaba por salvar o 2º golo para o Benfica desviando a bola para canto, via-se os adeptos ingleses nervosos, Cardozo que é especialista na marcação de bolas paradas nem queria acreditar. A equipa do Benfica acusou cansaço havia jogadores muito desgastados, Carlos Martins saiu desagradado entrou Kardec nada alterou, Julio Cesar saiu lesionado, Moreira foi o substituto que acabou por sofrer o golo que selou por completo qualquer hipótese do Benfica sonhar, quem mais senão o inevitável Torres para fixar o marcador num resultado a meu ver excessivo tendo em conta a qualidade da equipa encarnada. Jesus pedia sacrifício e luta, mas é impossível contrariar o corpo cansado por tantos jogos, não se tem o ritmo das equipas inglesas não obstante é com orgulho que aceitamos que vê-mos a prestação da equipa portuguesa, cai mas de cabeça erguida sabendo que podia ter chegado um pouco mais alem não obstante corria um risco de perder o que acabou por se verificar mas como cantam os adeptos da equipa da terra dos The Beatles: “You’ll never walk alone” o Benfica nunca irá sozinho pois terá sempre o apoio dos seus adeptos orgulhosos da sua equipa.
Miguel Zagalo
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