O Benfica partiu como favorito: campeão, bem estruturado, mantendo a dinâmica criada e apenas com um desaire, o derradeiro teste antes da Supertaça Cândido de Oliveira, para refrear a euforia. Os encarnados partiram confiantes, conhecendo a sua valia, mesmo tendo perdido dois jogadores tão importantes como Di María e Ramires, acreditando plenamente num início de temporada triunfal. O FC Porto, acostumado nos últimos anos a marcar presença na Supertaça como campeão, chegou a Aveiro como uma equipa de orgulho ferido, em transformação, quebrando com o passado e virando a página rumo a um futuro mais risonho, com novas ideias e um novo corpo. A pré-época carregou a apreensão, a desconfiança, sobre a equipa e sobre André Villas Boas, não deixou perceber se haveria efeitos positivos.
Ferido no seu orgulho, olhado com desconfiança e sem dar mostras de melhorias substanciais em relação ao passado, ao contrário da manutenção das belas exibições do Benfica, o FC Porto puxou pela garra, por toda a sua força, libertou o espírito e conseguiu superiorizar-se. O golo de Rolando, marcado no terceiro minuto, foi fundamental. O jogo ficou na mão dos dragões. O Benfica, confuso e desconexo, não reagiu, nunca soube lidar com a pressão altíssima feita pela equipa portista, demonstrou imensas debilidades para se organizar e construir lances de futebol ofensivo. Houve mérito e demérito, as duas faces da medalha, para impedir a reacção encarnada. As opções de Jorge Jesus não tiveram resultados. Airton, por exemplo, nunca conseguiu ser o elo de ligação, como é Javi García - não foi utilizado -, entre a defesa e o ataque, dando equilíbrio à equipa. O meio-campo do FC Porto dominou a toda a linha.
Tanto Benfica como FC Porto jogaram com os mesmos esquemas do ano passado. Jorge Jesus, ao contrário do que fizera nos últimos jogos de preparação, optou pelo preenchimento do meio-campo. Airton, como se disse, nunca se encontrou: nervoso, intermitente e incapaz de contribuir para o equilíbrio da equipa. A falta de um extremo que dê todas as garantias de sucesso, alguém que possa vestir a pele de Di María, levou o treinador encarnado a optar pelo adiantamento de Fábio Coentrão, entrando César Peixoto para a zona defensiva - Rúben Amorim teve imensas dificuldades com as diabruras de Varela, bem apoiado por Álvaro Pereira. Não ganhou força na defesa, antes agressividade, nem Coentrão foi um verdadeiro desequilibrador, porque é a partir de trás, jogando como lateral-esquerdo, que consegue ser dinâmico, ofensivo e influente na manobra ofensiva da equipa. Também Pablo Aimar e Carlos Martins não tiveram bola. A equipa nunca se soltou das amarras.
O Benfica jogou mal? Jogou. Mas não só. Também, por boa acção do FC Porto, não teve espaço para jogar. A equipa portista, titubeante e pouco assertiva durante a pré-época, entrou no relvado com força, garra e um enorme espírito de entreajuda. Afastar de vez o FC Porto expectante, adormecido, previsível e incapaz de assumir o jogo que apareceu na temporada passada, no fim de ciclo de Jesualdo Ferreira, é o primeiro objectivo de André Villas Boas: o novo treinador pretende uma equipa pressionante, em alerta máximo, ousada, audaz e crente nas suas capacidades. Dos reforços contratados para a nova temporada, contudo, apenas João Moutinho - belíssima exibição, pujante e aguerrida, mostrando que não terá de viver uma fase tormentosa de adaptação - entrou na equipa titular. Manteve-se a táctica, mantiveram-se os jogadores, mas mudou a atitude e a forma de jogar. O Benfica sentiu a transfiguração.
É indiscutível: o FC Porto ganhou a Supertaça, justa e merecidamente, dominando o Benfica na maior parte dos noventa minutos, concedendo poucos espaços e sendo sempre mais perigoso. Ganhou força, chutou a apreensão para canto e mostrou uma nova vida. Mesmo demonstrando algum abaixamento de rendimento na segunda parte, perfeitamente justificado pela fase precoce de temporada, e com algumas distracções nos últimos minutos do jogo. Há arestas a limar, sem dúvida, mas os dragões estão no bom caminho. Por outro lado, mesmo tendo perdido e sendo superiorizado pelo adversário e incapaz de marcar qualquer golo, algo pouco visto na época anterior, o Benfica não passa do oitenta ao oito. A Supertaça, contudo, serviu para demonstrar que ainda há muito para acertar nos encarnados. Roberto, por exemplo, treme em cada lance e faz tremer a equipa. E mais importante: como substituir Di María e Ramires?
Ferido no seu orgulho, olhado com desconfiança e sem dar mostras de melhorias substanciais em relação ao passado, ao contrário da manutenção das belas exibições do Benfica, o FC Porto puxou pela garra, por toda a sua força, libertou o espírito e conseguiu superiorizar-se. O golo de Rolando, marcado no terceiro minuto, foi fundamental. O jogo ficou na mão dos dragões. O Benfica, confuso e desconexo, não reagiu, nunca soube lidar com a pressão altíssima feita pela equipa portista, demonstrou imensas debilidades para se organizar e construir lances de futebol ofensivo. Houve mérito e demérito, as duas faces da medalha, para impedir a reacção encarnada. As opções de Jorge Jesus não tiveram resultados. Airton, por exemplo, nunca conseguiu ser o elo de ligação, como é Javi García - não foi utilizado -, entre a defesa e o ataque, dando equilíbrio à equipa. O meio-campo do FC Porto dominou a toda a linha.
Tanto Benfica como FC Porto jogaram com os mesmos esquemas do ano passado. Jorge Jesus, ao contrário do que fizera nos últimos jogos de preparação, optou pelo preenchimento do meio-campo. Airton, como se disse, nunca se encontrou: nervoso, intermitente e incapaz de contribuir para o equilíbrio da equipa. A falta de um extremo que dê todas as garantias de sucesso, alguém que possa vestir a pele de Di María, levou o treinador encarnado a optar pelo adiantamento de Fábio Coentrão, entrando César Peixoto para a zona defensiva - Rúben Amorim teve imensas dificuldades com as diabruras de Varela, bem apoiado por Álvaro Pereira. Não ganhou força na defesa, antes agressividade, nem Coentrão foi um verdadeiro desequilibrador, porque é a partir de trás, jogando como lateral-esquerdo, que consegue ser dinâmico, ofensivo e influente na manobra ofensiva da equipa. Também Pablo Aimar e Carlos Martins não tiveram bola. A equipa nunca se soltou das amarras.
O Benfica jogou mal? Jogou. Mas não só. Também, por boa acção do FC Porto, não teve espaço para jogar. A equipa portista, titubeante e pouco assertiva durante a pré-época, entrou no relvado com força, garra e um enorme espírito de entreajuda. Afastar de vez o FC Porto expectante, adormecido, previsível e incapaz de assumir o jogo que apareceu na temporada passada, no fim de ciclo de Jesualdo Ferreira, é o primeiro objectivo de André Villas Boas: o novo treinador pretende uma equipa pressionante, em alerta máximo, ousada, audaz e crente nas suas capacidades. Dos reforços contratados para a nova temporada, contudo, apenas João Moutinho - belíssima exibição, pujante e aguerrida, mostrando que não terá de viver uma fase tormentosa de adaptação - entrou na equipa titular. Manteve-se a táctica, mantiveram-se os jogadores, mas mudou a atitude e a forma de jogar. O Benfica sentiu a transfiguração.
É indiscutível: o FC Porto ganhou a Supertaça, justa e merecidamente, dominando o Benfica na maior parte dos noventa minutos, concedendo poucos espaços e sendo sempre mais perigoso. Ganhou força, chutou a apreensão para canto e mostrou uma nova vida. Mesmo demonstrando algum abaixamento de rendimento na segunda parte, perfeitamente justificado pela fase precoce de temporada, e com algumas distracções nos últimos minutos do jogo. Há arestas a limar, sem dúvida, mas os dragões estão no bom caminho. Por outro lado, mesmo tendo perdido e sendo superiorizado pelo adversário e incapaz de marcar qualquer golo, algo pouco visto na época anterior, o Benfica não passa do oitenta ao oito. A Supertaça, contudo, serviu para demonstrar que ainda há muito para acertar nos encarnados. Roberto, por exemplo, treme em cada lance e faz tremer a equipa. E mais importante: como substituir Di María e Ramires?
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