Vitória frente ao Portimonense mostrou uma Naval com claras capacidades técnicas e tácticas e com uma enorme capacidade de sofrimento Victor Zvunka tinha passado a mensagem que se a Naval saísse do Algarve com um empate já regressaria à Figueira da Foz satisfeita. No entanto, o treinador francês sempre deixou bem claro que o primeiro objectivo do colectivo seria sempre a vitória. E a formação da Praia da Claridade cumpriu na íntegra os objectivos a que o técnico se propôs, ao conquistar diante do Portimonense os primeiros três pontos da temporada.
A Naval foi uma equipa adulta e determinada, que apenas se desorganizou após a (duvidosa) expulsão de Carlitos aos 75 minutos, permitindo ao Portimonense uma reacção esperada e que quase dava o empate. Os comandados de Litos tiveram neste espaço de tempo (15 minutos) três grandes oportunidades de golo, mas o poste, o desacerto de Lito e uma grande intervenção do francês Salin, inviabilizaram os desejos algarvios.
O início do jogo deixou antever, dada a forma como os conjuntos estavam dispostos em campo, que o vencedor iria ser encontrado no detalhe, uma vez que as formações estavam encaixadas e existia pouco espaço para jogar. A Naval foi a primeira a criar perigo, por intermédio de Godemèche, mas logo na resposta, após uma grande iniciativa de Ivanildo pela direita, o Portimonense assustou Salin. Depois destes dois momentos de entusiasmo a partida atravessou um largo período de monotonia, apenas quebrado pelo golo de Godemèche à beira do intervalo. Hugo Machado ganhou um canto na esquerda, que o próprio cobrou com conta, peso e medida para a cabeça do “capitão” da Naval.
Este golo abanou a estrutura do Portimonense, que surgiu do intervalo com duas alterações. Pires no lugar de Peña e Pedro Moreira substituiu Di Fábio.
Todavia, voltou a ser a equipa da Figueira da Foz que esteve à beira de marcar, por intermédio de Previtali, mas o avançado francês foi incapaz de desfeitear Ventura (realizou uma excelente exibição).
Capacidade de sofrimento
O Portimonense sentiu a necessidade de se libertar do seu sistema táctico no objectivo de tentar chegar ao empate e apesar dessa medida ter aberto alguns espaços nos seus sectores concedeu capacidade ofensiva aos algarvios. Os derradeiros 15 minutos foram dramáticos para a Naval, porque passou a jogar com dez unidades e teve de recuar e jogar com enorme espírito de sacrifício. E foi, precisamente, neste tempo que o Portimonense teve a sua hipótese de empatar, mas os figueirenses foram uma equipa adulta e inteligente para segurar a vantagem mínima.
Com este resultado, a equipa de Victor Zvunka confirma as capacidades que já tinha deixado antever com o FC Porto, ou seja, uma equipa bem estruturada tacticamente e perspicaz nas suas transições defensivas e ofensivas. O Portimonense continua à procura do primeiro ponto neste regresso à Liga.
Anarquia de alguns jogadores
Entrámos bem nos primeiros 10/15 minutos e depois perdemos o controlo do jogo, devido à anarquia de alguns jogadores, que abdicaram de se esforçar em prol da equipa. Isso afectou-nos. Numa fase em que a Naval estava por cima chegou à vantagem, em desatenção nossa, mais uma vez num lance de bola parada. Ao intervalo, procedemos a alterações. A equipa apareceu melhor, criou mais situações. Também podíamos ter sofrido, perante uma equipa madura, mas o Portimonense criou situações que chegariam para o empate». - Litos/Portimonense
Três pontos que foram justos
Estou muito, muito satisfeito com a prestação da equipa. Foi um primeiro tempo muito bom, um período em que tivemos, sem dúvidas, maior controlo e mais oportunidades e em que chegámos ao 1-0 com um golo em cima do intervalo. Tivemos um princípio de segunda parte também bom, em que fizemos quase o 2-0. Depois, ficámos com dez e isso permitiu alento ao adversário, que teve bolas nos ferros. Aí fomos felizes, pois eles podiam ter conseguido o empate. Mas foram três pontos para nós, que considero justos». Zkunka/Naval
árbitro
O juiz portuense teve várias decisões que deixaram dúvidas. O segundo cartão amarelo a Carlitos, que deixou a Naval a jogar com dez jogadores, parece-nos exagerado, e num lance rápido dentro da área figueirense fica a dúvida se Camora joga a bola com a mão, mas Vasco Santos em posição privilegiada mandou seguir o encontro. De resto, esteve tranquilo e actuou sempre perto dos lances.
Margem
O Portimonense irá jogar no Estádio do Algarve, em Faro/Loulé, enquanto as obras de remodelação do Municipal de Portimão não estiverem concluídas. A decisão tomada pela direcção dos algarvios, que surgiu após a Liga de Clubes ordenar que o recinto em Portimão teria de receber beneficiações, obriga os adeptos a realizarem uma viagem de 140 quilómetros – ida para Faro e volta para Portimão. Porém, a Câmara Municipal decidiu ajudar o clube, que está de regresso ao principal patamar do futebol nacional, disponibilizando autocarros para os adeptos se deslocarem para o Portimonense-Naval.
O avançado Lito, que já representou a Naval e a Académica, os dois clubes com maior expressão da Associação Futebol de Coimbra (AFC), veste, agora, a camisola do Portimonense. O número 11 algarvio não esqueceu os amigos do passado e esteve largos minutos a conversar com elementos navalistas, incluindo Nuno Cardoso, director desportivo dos figueirenses.
Aprígio Santos liderou a comitiva da Naval 1.º de Maio até ao Sul do país. Aliás, o presidente da formação da Figueira da Foz raramente não está junto da equipa em dias de jogo e, ontem, também não foi excepção.
No final de uma intensa partida, onde jogaram com menos uma unidade durante 15 minutos, os jogadores da Naval ainda tiveram de ter forças para dar umas voltas ao relvado para descomprimir do esforço.
O MELHOR
Salin (6) Iniciou a partida com uma desatenção que poderia ter custado caro à equipa, porém, não se deixou intimidar e partiu para uma exibição segura e de nível, permitindo com um punhado de grandes defesas que a Naval saísse do Algarve com os três pontos.
Carlitos (5) A rapidez que coloca nos lances em que disputa dificultou a vida dos alas, Candeias e Ivanildo. Aos 75 minutos, viu o segundo cartão amarelo e a consequente expulsão num lance muito discutível.
Lupède (6) Eficaz. Por vezes, em campo, quase nem se dá pelo defesa central mas quando o Portimonense atacou esteve quase sempre no sítio certo, excepção feita a uma desatenção no primeiro tempo.
Rogério (6) Substituído prematuramente, devido a lesão, deixou a sua marca na partida, ao secar por completo o ponta-de-lança Hélder Pelembe.
Jonathas (6) Mais um reforço que se começa a revelar. Defende bem e na hora de atacar tenta acompanhar os movimentos ofensivos do colectivo.
Godemèche (6) Um remate à barra, um golo e uma enorme capacidade de luta no meio-campo. Foi este o registo do francês no Estádio Algarve.
Alex Hauw (6) Trabalhador. Em conjunto com Godemèche forma uma dupla de respeito no miolo defensivo da Naval, determinante para a sustentabilidade do colectivo.
n João Pedro (5) O extremo pegou de estaca no esquema de Victor Zvunka e sem grandes primores conseguiu criar vários desequilíbrios nas alas.
Hugo Machado (6) É o verdadeiro motor da formação navalista, impondo os ritmos do jogo. Ganhou e executou o canto que deu a vantagem aos figueirenses. Saiu numa altura em que o meio-campo necessitava de frescura.
Camora (5) Rendeu Marinho em relação ao onze que defrontou o FC Porto e mostrou ser uma opção válida.
Previtali (5) Exímio nas desmarcações revela intranquilidade na altura de chutar ao golo. O avançado teve nos pés o segundo golo mas permitiu a defesa de Ventura.
Gómis (5) Rapidamente entrou na dinâmica do jogo, cumprindo bem o seu papel.
Bolivia (5) Dez minutos depois da sua entrada, a Naval passou a jogar com menos uma unidade e ajudou a equipa a segurar o triunfo.
José Mário (4) Sentiu dificuldades em fechar a ala direita
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