quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Benfica na liderança...... pelo menos para já


SL Benfica 3-0 UD Leiria (Cardozo 10´, Saviola 61´e Ruben Amorim 89´)

Nem deu para sofrer por...antecipação. Génios soltos na Luz e liderança conquistada, ainda que por capricho de calendário. Há uma lanterna vermelha que vai na frente do campeonato e, mesmo numa noite fria, teve chama imensa para bater uma União de Leiria equivocada, mas que tinha pensamento de quarto lugar. Houve argentinos a mais em campo para os leirienses. Houve golos a menos, dirão os benfiquistas. Mas houve, isso, sim, intérpretes que encantam qualquer adepto que goste de futebol e uma vitória clara para os lisboetas.

O tango de Saviola e Aimar, o pulmão de Fábio Coentrão, a eficácia de Cardozo. Mas sempre, claro, El Conejo e El Payaso, o 30 e o dez, numa conjugação perfeita de futebol dançante, de passe e repasse, quase sempre ao primeiro toque. Saviola e Aimar. Aimar e Saviola, com o ponto final de Cardozo. 1-0 no marcador, após jogada brilhante. O Benfica demorou dez minutos a isolar-se na frente do campeonato e chegou lá como tem habituado a Luz, com jogo fluído, criado nas mentes e pés de argentinos, suportado pelo esforço de brasileiros e portugueses, sem acordos ortográficos a atrapalhar. E o espanhol, claro, com pronuncia sul-americana, mas também castelhana, porque Javi Garcia só sai de cena no Bonfim. O melhor onze encarnado chegou ao golo depois de uma entrada convincente, justificando a vantagem com o resto do primeiro tempo.

Não foi um Benfica sufocante, até porque a União, volta e meia, chegava à baliza de Quim. Durante algum tempo não o fez, é certo, mas com o 1-0 no marcador, a ameaça ia perdurar. Saviola e Aimar continuavam, porém, numa busca incessante, de um pelo outro, por vezes deixando entrar os companheiros no centro do salão. Os encarnados mostravam elegante futebol de ataque e pressionavam em cima, quando sem a bola. Houve ocasiões para ampliar a vantagem, mas Djuricic defendia uma cabeçada de Cardozo e depois cheirava a relva, para defender um golo cantado de Luisão. Era o guarda-redes que deixava a equipa à espreita, com possibilidade de enganar os contrários, até porque o 5x4x1 apresentado foi um engano que o Leiria provocou em si próprio. Elias nunca entendeu como marcar Saviola e com isso Aimar soltava o génio. O próprio e o do compatriota. Demais para os leirienses no primeiro tempo.

Aquela ameaça leiriense embaciou-se por completo, na noite fria de Lisboa. Em poucos minutos, o Benfica mostrou que vinha para o segundo tempo para chegar ao 2-0. Começou por reclamar uma grande penalidade, viu Saviola atrapalhar-se com a bola na área e ainda Silas a perder tempo para um possível remate. Mas rápido repôs as diferenças.

Se Aimar nasceu de uma lamparina, o talento de Coentrão podia ter despontado num qualquer bairro na Argentina. Já Saviola saltou de uma cartola, para o 2-0, lançado pelo cada vez mais lateral-esquerdo Fábio Coentrão. O 30 fez o resto, soltou velocidade supersónica, ganhou a Diego Gaúcho numa luta desigual em tamanhos, mas também em talentos, e bateu Djuricic pela segunda vez na noite. Havia ainda meia-hora para disputar, no entanto.

Di María desperdiçava o 3-0 e a dança, agora, era de alterações de um lado e outro. Aimar saía aplaudido e ouvia cântico em espanhol; Éder Luís tinha mais uma oportunidade e Elias era expulso por mão na bola. A liderança chegava de forma serena, com um pontapé e grande golo de Ruben Amorim.

É certo que as contas estão baralhadas, nem que seja por uns dias em Fevereiro, mas a missão 20 do Benfica neste campeonato estava cumprida. O Benfica chega a líder depois da nona jornada, que desequilibrou as contas a favor do Sp. Braga. Por uns dias, não se sabe quantos, tem a ansiedade a zero. Está no primeiro lugar.

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