segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Liga ZON Sagres: Análise da jornada 4

O DRAGÃO SORRI, GANHA, CONVENCE: ESTÁ FELIZ DA VIDA!

Um dragão feliz, crente nas suas capacidades, forte e solidário como equipa, com um tridente de morte como Hulk, Varela e Falcao, ganha terreno, aproveita os deslizes da concorrência directa e ganha espaço no topo. O FC Porto ultrapassou a sua primeira grande prova de fogo: sofreu, teve capacidade para se erguer, lutou frente a um Sp.Braga guerreiro e capacitado. Foi um jogo grande, disputado por grandes, com a liderança no horizonte. Os portistas terminaram por cima, fizeram por merecer a vitória, impediram a ousadia bracarense de triunfar e alargaram o fosso: cinco pontos para Sporting e Sp.Braga, nove para o Benfica. O campeão nacional voltou a tropeçar, assinou o pior arranque de sempre. Na próxima jornada, sem margem de manobra para um eventual deslize, recebe o Sporting. Alta pressão!

Quinze minutos monótonos, guerrilhados no centro, longe das balizas, necessitando de um golpe de génio para elevar intensidade. Duas equipas coesas, fortes e duras, convencidas do seu poderio, sim, mas também cautelosas em função da valia do adversário. Um golo, num tiro sensacional, marcado por Luis Aguiar, ao décimo sexto minuto, rasgou o panorama e juntou-lhe brilhantismo. Respondeu Varela, recolocou o FC Porto igualado, travando o seu visitante arrojado e atrevido. A velocidade aumentou com os minutos, a emoção triplicou, voltaram os grandes golos, primeiro por Lima, logo com troco de Hulk. O Incrível transformou-se em super-herói, deixou a defesa do Sp.Braga numa encruzilhada, carregou os dragões e impediu que os minhotos, jogando sem receio, elevassem a confiança. Varela, para fechar o compêndio de belíssimos golos, garantiu a vitória azul num jogo grande, grande, grande.

Pedra, papel, tesoura. A pedra amassa a tesoura, o papel enrola a pedra, a tesoura corta o papel. Olegário Benquerença, o árbitro português mundialista, foi uma pedra em Guimarães. Sóbrio e decidido na África do Sul, merecedor de elogios e de confiança, transfigura-se, muda a sua forma de estar, comete pecados capitais e perde o seu fio condutor em Portugal. O triunfo do Vitória de Guimarães, por mais que tenha sido um papel que conseguiu deixar a pedra benfiquista tapada, fica manchado pela prestação do árbitro, protagonista e errante, por não ter assinalado duas grandes penalidades na área vimaranse e, por indicação dos seus assistentes, ter travado duas jogadas de perigo no ataque do Benfica. O campeão queixa-se, Olegário foi mais um motivo do seu desaire, é inegável, mas há mérito de um Vitória que aproveitou os erros alheios, primeiro por Edgar e depois por Rui Miguel, sabendo segurar a melhor fase encarnada.

Perdido o embalo de duas vitórias consecutivas, travado o ciclo ascendente da época, num regresso a um futebol com poucas ideias, pouco fulgor e nenhuma eficácia. O Sporting foi perdulário, desperdiçou as oportunidades que criou para marcar, esbarrou sempre na estratégia de contenção do Olhanense - jogando com as linhas juntas e remetida ao seu terreno procurando a sua sorte através de saídas rápidas para ataque, uma equipa personalizada e consistente na sua zona defensiva. Os algarvios contentaram-se com o ponto conquistado: o Olhanense raramente incomodou Rui Patrício, apesar de ter chegado ao golo num lance inexplicavelmente interrompido pelo árbitro André Gralha, é verdade que sim, mas soube suster e deixar o leão num beco sem saída. Não sendo constante, vivendo em altos e baixos, o Sporting teve dificuldades, não encontrou soluções e não conseguiu tirar total partido do deslize do Benfica.

Dois empates, duas vitórias e abertura a novos horizontes: o Vitória de Guimarães, renovado com a entrada de Manuel Machado, adoptando os ideais do técnico, recheada de bons jogadores, é um dos destaques do início de temporada. Também a Académica, que venceu a Naval (3-0), começou com o pé direito, garantindo sete pontos em doze possíveis, algo que permite ambicionar melhor a última época. Olhanense e Paços de Ferreira - empatou, na Madeira, 1-1, frente a um Marítimo ainda sem encontrar a rota certa - são, juntamente com FC Porto e Vitória de Guimarães, equipas imbatíveis nas quatro primeiras jornadas. Marítimo e Rio Ave ainda não venceram - apenas um ponto. União de Leiria e Portimonense venceram pela primeira vez: os leirienses bateram o Nacional (2-1) e os algarvios o Rio Ave (3-1, no Estádio do Algarve, quebrando a malapata). Vitória de Setúbal e Beira-Mar, com um nulo, fecharam a jornada.

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