Académica 2-0 Naval

Os estudantes entraram em 2010 com o pé quente e parecem dispostos a manter a toada neste ritmo. Depois de terem levado de vencida o Estoril Praia para a Taça da Liga, a equipa conimbricense voltou a provar que é uma equipa temível dentro de portas, e bateu os rivais da Figueira por duas bolas a zero.

A jogar com Tiero e Sougou de início, num 4-3-3 bem assimilado pelos jogadores, principalmente nas transições defesa-ataque, a Briosa entrou disposta a resolver cedo a contenda. Foi com naturalidade que Lito inaugurou o marcador logo aos 9 minutos, após uma falha incrível de Diego Ângelo, que permitiu ao cabo-verdiano ficar isolado diante de Peiser, que nada pôde fazer.

A estratégia navalista, assente num 4-5-1, numa clara tentativa de controlar a zona intermédia do terreno, permitiu à formação da Figueira da Foz subir no terreno e rondar a baliza de Rui Nereu. Contudo, os lances de perigo não apareceram, tornando o jogo morno e desinteressante para os poucos adeptos que se dignaram a comparecer no estádio Cidade de Coimbra.

Foi já perto do intervalo que Tiero, numa arrancada pelo lado direito, faz um cruzamento perfeito para a cabeça de Sougou, que coloca a bola no fundo das redes de Peiser. Diego Ângelo voltou a ficar mal na fotografia, pois o extremo dos estudantes cabeceia nas suas costas.

No período de descanso, Augusto Inácio apostou numa estratégia mais ofensiva, tirando o médio Alex Hauw e colocando em campo o avançado Kerrouche, melhor marcador da equipa da Figueira. Contudo, esta alteração não trouxe frutos, visto que a Naval não conseguiu melhor do que desperdiçar, infantilmente, um lance de golo feito, em que Marinho tropeça na bola com a baliza deserta à sua mercê.

Até final do encontro, a Académica foi gerindo tranquilamente a sua vantagem, tendo visto ainda o árbitro Jorge Sousa anular (bem) um golo a Sougou.

Nas declarações feitas após o jogo, André Villas-Boas realçou a solidez e a eficácia da sua equipa, que ascende provisoriamente ao décimo lugar, referindo que a Académica foi sempre superior "em todos os momentos do jogo" e que "soube jogar no meio campo do adversário". Acabou por concluir que "agora vêm aí os grandes desafios à invencibilidade caseira, frente ao F.C. Porto, Sp. Braga e Benfica."

Já Augusto Inácio, desapontado pela derrota, comentou que a equipa da Naval "ofereceu à Académica o que ela queria, ou seja, é uma equipa que gosta de marcar nos primeiros 20 minutos, foi uma boa prenda para eles, para depois gerirem o resultado." Comentou também que a sua formação tinha que se penalizar pelos erros colectivos e trabalhar de forma a que os mesmos não se repitam nos próximos desafios.